Ativista cabo-verdiano quer ajudar enseada de corais com livro sobre 500 espécies

Ativista cabo-verdiano quer ajudar enseada de corais com livro sobre 500 espécies

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O ativista cabo-verdiano Guilherme Mascarenhas quer lançar este ano uma nova edição de um livro sobre os corais na praia da Lajinha, ilha de São Vicente, e com isso financiar a obra de proteção daquele local.

“O livro é para reforçar a luta pela proteção da enseada de coral e mostrar às pessoas que o espaço é rico, porque vem sendo ignorado, principalmente quando fizeram a obra na praia e desviaram as águas das chuvas para aquele lado”, explicou o ativista ambiental, em entrevista à Lusa, um dos muitos que em São Vicente defende esta obra de correção.

A “Enseada de coral”, localizada entre a Laginha e a Matiota, no Mindelo, é considerado pelos biólogos um laboratório para conhecimento da fauna e da flora marinha cabo-verdiana e para a educação ambiental, com mais de 500 espécies ali catalogadas e a proposta, apresentada em 2019, para a criação no local de um sítio de interesse científico, já que é também um berçário para todo o tipo de espécies.

A nova edição do livro em preparação por Guilherme Mascarenhas é uma espécie de catálogo das espécies marinhas da “Enseada de coral” e a primeira versão já tinha identificado 421 espécies, já que todas as semanas aproveita para fotografar as que encontra naquela praia. Neste momento, garante, é o catálogo de espécies marinhas mais completo de Cabo Verde, apesar de ter sido feito só na enseada da Lajinha, uma das praias mais turísticas de São Vicente, a segunda ilha mais populosa de Cabo Verde.

“Como mostro nas fotografias já há muitos corais mortos, há duas espécies de corais em pequena quantidade, em vias de desaparecerem, e se nada for feito, à partida irão morrer”, defendeu Guilherme Mascarenhas.

As fotografias que vão integrar o livro, na segunda edição, são na maior parte deste ativista, mas para a classificação das espécies foi preciso o apoio de especialistas de todo o mundo: “Não há ninguém que consiga classificar todas aquelas espécies, pois foi preciso ajuda de diferentes especialistas. Tive um grande apoio dos professor Rui Freitas, o maior especialista em peixe, no país, do professor Evandro, do biólogo Keider Neves, de um dos maiores especialistas de espécies marinhas do Atlântico e de um especialista em peixe sapo, dos Estados Unidos, entre diferentes outros especialistas internacionais”.

A segunda edição deste livro está quase pronta e Guilherme Mascarenhas acredita possuir já uma quantidade de fotografias necessárias para a publicação. Para ajudar a “Enseada de coral”, pretende conseguir apoio do Governo para a proteção da enseada, conseguir financiamento ou então doar maior parte da receita da venda do livro.

“O espaço está muito afetado, por isso a minha proposta é ter o apoio do ministro [do Mar] para formalizar o seu apoio à causa, o que nos permitirá ter um projeto para procurarmos financiamento para obras [de desvio das águas das chuvas que desembocam nas proximidades dos corais]. E nesta segunda edição do livro, se não conseguirmos financiamento, posso disponibilizar 90% do custo do livro para a causa”, disse ainda.

Outra das formas de luta pela proteção dos corais têm sido os mergulhos aos fins de semana, que mobilizam nacionais e estrangeiros com o objetivo de sensibilizar a opinião pública para a causa e dar a conhecer a sua biodiversidade.

“Tem gente todos os finais de semana para mergulhar e no verão fazemos duas a três voltas, pela grande adesão do público. Além de nacionais recebemos muitos turistas de diferentes países porque há espécies no local que atraem os visitantes, como o porco-espinho, o ‘tururu’ e tartarugas, por exemplo”, explicou este ativista, que acrescenta que as visitas têm igualmente uma vertente pedagógica.

O trabalho de conhecimento da enseada começou no início dos anos 2000, quando este engenheiro eletrotécnico e professor mergulhou pela primeira vez e transformou a prática num hábito.

“Em 2002 o professor Rui Freitas, enquanto aluno do ISECMAR [Instituto de Engenharias e Ciências do Mar], queria fazer um mergulho e convidou-me que fosse com ele. Mergulhamos na enseada de coral, que na altura ainda não era uma enseada e vi um coral, que me fez apaixonar e passar a mergulhar sempre”, recordou.

A forma que encontrou para mostrar a riqueza marinha desta praia foi com a fotografia e começou a publicar catálogos na Internet desde então.









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