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Vítima de violência aos 19 anos, Simone Ponce desenvolveu um caso grave de fibromialgia, doença crônica que provoca dores agudas em todo o corpo. Na busca por uma cura, descobriu alívio em produtos derivados de abelhas, como o pólen e o própolis, que fortalecem a defesa imunológica. Em 2022, após concluir sua primeira jornada como empreendedora, mudou-se para a Bahia com um objetivo bem simples: usar do seu olhar naturalmente curioso para repensar a indústria da apicultura no Brasil. No maior estado do Nordeste, descobriu o grande potencial da apicultura, mas deparou-se também com os problemas socioeconômicos enfrentados pela comunidade de produtores locais: eles careciam de processos sofisticados e tinham de lidar com preços predatórios.
Com seus sócios, fundou então a Bee2Be, que hoje já movimenta uma rede de 200 produtores agrícolas e apícolas e um exército de aproximadamente 24 milhões de abelhas. Itens como própolis e pólen são vendidos em todo o Brasil e também exportados para os Estados Unidos. Entre os clientes do negócio, que tem chamado a atenção de compradores internacionais, está o United Center, centro esportivo que é a casa do Chicago Bulls, um dos principais times da NBA.
“A apicultura tem um grande potencial restaurador do ecossistema local, que foi historicamente afetado pelo desmatamento desenfreado da mata nativa. As abelhas possuem um papel fundamental na preservação destes biomas, por meio da polinização, melhorando a produtividade dos cultivos na região”, diz Ponce, fundadora e CEO da Bee2Be.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), existem mais de 20 mil espécies de abelhas no mundo. E mais: elas polinizam 71 das cem principais culturas agrícolas usadas como base de 90% da alimentação do planeta. Ainda assim, estudos apontam que as colônias de abelhas e outros polinizadores estão colapsando, colocando espécies em risco de extinção e ameaçando a produção de comida no mundo. Uma pesquisa publicada por cientistas de vários países em 2021 na revista One Earth concluiu que a quantidade de espécies de abelhas sendo coletadas e observadas na natureza caiu 25% desde 1990, o que pode indicar declínio na diversidade, visto que muitas delas estão se tornando mais raras e, portanto, menos prováveis de serem identificadas.
Na Bahia, porém, a Bee2be já está mudando essa realidade. Há quase um ano trabalhando com os produtores de uma extensa plantação de coco, que já utilizavam as abelhas para aumentar o rendimento das colheitas, a startup criou uma rede de comércio justo para aproveitar os derivados apícolas. A iniciativa tem incentivado agricultores a investir na polinização, contribuindo assim para a preservação do meio ambiente.
Para quem vê de longe, portanto, a Bee2Be pode até ser apenas uma empresa que exporta e comercializa serviços de polinização e derivados de abelhas. Para a comunidade de apicultores da Bahia, contudo, o negócio é algo muito maior: um ecossistema de soluções sustentáveis que gera riqueza local e leva produtos típicos da Mata Atlântica para o exterior.
“O produto brasileiro tem grande potencial no mercado exterior, e a demanda por itens sustentáveis e de qualidade não para de crescer. Temos orgulho de conectar pequenos produtores a negócios globais, fortalecendo nossa relação com o ecossistema baiano e promovendo a diversidade da Mata Atlântica para o mundo”, defende a fundadora da Bee2Be.
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