Píton solta no Parque Nacional da Tijuca é capturada por cachorro

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O Rio de Janeiro não é para amadores, como dizem por aí. Essa frase ilustra bem a resolução do “caso píton” no Parque Nacional da Tijuca, com a recaptura do animal. A cobra, nativa da África, foi solta no parque na última sexta-feira (3), pelo Corpo de Bombeiros, que erroneamente achou que se tratava de uma jiboia – essa sim nativa da Mata Atlântica e do Brasil. Descoberto o erro, as buscas começaram já no dia seguinte e prosseguiam até esta quarta-feira (8), sem sucesso. Foi então que outro invasor, este já bem comum na floresta carioca, entrou em cena: o cachorro doméstico. O cão, vindo de uma das casas do entorno, deu de cara com a píton em seu “passeio no parque” e atacou a cobra, que não é venenosa. No embate entre invasores, o cachorro levou a melhor e carregou seu prêmio – o corpo todo ferido da píton – de volta para casa.

Quando o dono do cachorro se deparou com a cobra dentro de casa, acionou o Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro (CBMERJ). Ao chegarem no local, prontamente acionaram o veterinário e biólogo Jeferson Rocha Pires, responsável pelo Centro de Recuperação de Animais Selvagens do Rio de Janeiro, da Universidade Estácio de Sá (CRAS Unesa), para fazer a identificação do animal e prestar atendimento. A identidade foi então confirmada, trata-se da mesma píton-ball (Python regius) solta há seis dias na floresta.

A confirmação foi possível através da comparação com as fotos feitas na soltura. Estas cobras possuem um padrão único de manchas e desenhos ao longo do corpo, que funcionam como uma impressão digital.

Comparação da foto feita durante a soltura com a píton capturada para confirmar identidade da cobra. Foto: Divulgação

No atendimento de emergência prestado pelo veterinário do CRAS, a píton, que sofreu várias mordidas do cachorro, precisou levar pontos e receber medicação. A cobra estaria em situação preocupante de saúde, conforme divulgado em nota. Ainda assim, ela deve seguir nesta quinta-feira (09) para o Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama (CETAS-RJ/IBAMA), em Seropédica.

Por mais que a recaptura da píton deva ser comemorada, o desfecho da história ilustra como a ameaça das espécies invasoras está longe de ser resolvida no parque. 

Em comunicado oficial divulgado à imprensa, o Parque Nacional da Tijuca reforçou a problemática atual da existência de espécies exóticas dentro de uma unidade de conservação. “Tanto a píton quanto o cachorro, dependendo de onde estejam inseridos, se tornam invasores e colocam a fauna nativa em perigo. A píton foi solta por engano; já os cachorros são soltos dentro do parque propositalmente, sejam abandonados por tutores que não os querem mais como PET ou simplesmente soltos (dentro ou nas áreas limítrofes do Parque) para se divertir como se estivessem em um quintal de uma residência – mas, eles não estão”, ressalta o texto.

O documento explica ainda que o parque faz campanhas de conscientização periódicas sobre a presença de animais exóticos dentro da unidade de conservação, com foco nos cachorros, para que as pessoas entendam os motivos dele não ser permitido dentro de uma área de proteção ambiental e terem mais responsabilidade nos cuidados com seu próprio pet.

“Tratando especificamente do Parque Nacional da Tijuca, tão problemático para a fauna nativa quanto uma píton são as dezenas de cães que perambulam, livremente, no entorno da UC e acabam entrando para caçar (como foi feito com a píton). Eles são tão invasores quanto a píton, mas, mesmo assim, algumas pessoas que moram perto do PNT não os mantêm dentro de suas residências. Já outros donos acham fofo levá-los para o Parque; há quem, inclusive, abandone esses animais na Floresta da Tijuca. Cachorros formam matilhas grandes, que são responsáveis por caçar presas pequenas ou maiores que eles. Colocam em risco não só as espécies já existentes, mas também as que estão sendo reintroduzidas por projetos sérios e que fazem trabalhos de refaunação há mais de uma década, como o Refauna”, conclui a nota.

Em abril de 2021, por exemplo, um dos jabutis-tingas reintroduzidos pelo Refauna morreu depois de sofrer um ataque de cachorros.

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