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Em discurso no encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Espanha, que acontece em Madri nesta terça-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que tem como uma de suas “obsessões” para o novo mandato fazer com que o Brasil volte a ser protagonista na área ambiental, sobretudo na questão climática.
“O dado concreto é que eu votei a governar o Brasil com um único objetivo. É uma obsessão recuperar a credibilidade do Brasil diante do mundo, recuperar o processo democrático do Brasil e fazer com que o Brasil volte a ser protagonista, sobretudo na questão climática”, disse.
Com sua presença no Fórum, Lula visa atrair investimentos espanhóis para o Brasil – assim como fez em Portugal, onde passou os últimos quatro dias – e alavancar o Acordo Europa – Mercosul.
Em sua fala, o presidente exaltou a capacidade da produção brasileira de energia limpa e os compromissos em zerar o desmatamento até 2030. Atualmente, as mudanças de uso do solo são responsáveis por quase 50% das emissões brasileiras de CO2.
“Seremos rigorosos na repressão ao garimpo ilegal e contra os que atentam contra os povos indígenas. Lembro também das metas que voluntariamente adotamos para a redução das emissões de gases de efeito estufa”, completou o presidente.
A obsessão de Lula em transformar o Brasil num exemplo na questão climática e ambiental, no entanto, vai precisar de muito empenho para que seja concretizada. Isso porque o presidente também disse que espera que a parceria financeira entre Brasil e Espanha resulte na retomada de obras potencialmente poluidoras.
“Nenhuma obra permanecerá paralisada. Vamos transformar o Brasil em um canteiro de obras, construindo, ampliando e modernizando portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, hidrovias. Vamos superar os gargalos que minam a competitividade brasileira”, disse ele, em referência ao novo plano de infraestrutura e desenvolvimento que o governo brasileiro vai lançar.
O plano será, segundo o Executivo, uma substituição do Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC), marco da gestão petista que vigorou entre 2007 e 2018. Durante o PAC, foram feitas obras como a Ferrovia Norte-Sul, refinarias da Petrobrás, as usinas de Belo Monte e de Santo Antônio e a usina termelétrica nuclear de Angra 3. Além do impacto ambiental, parte dessas obras esteve envolvida em escândalos de corrupção.
O novo plano do governo deve ser anunciado em maio próximo.
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