Governo intensifica ação contra garimpo em território Yanomami após assassinato de indígena

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“A insistência em permanecer, mesmo com todos os esforços para o convencimento da saída pacífica, é uma demonstração de que existem forças muito poderosas economicamente por trás dessa ação criminosa”. Essa foi a afirmação da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, em coletiva de imprensa que tratou do atentado de garimpeiros contra a terra indigena (TI) Yanomami, em Roraima. O episódio resultou na morte de Ilson Xirixana, agente de saúde yanomami, e deixou outros dois indígenas feridos neste sábado (29).  

“O garimpeiro pobre não consegue fretar uma aeronave, um garimpeiro pobre não consegue ter um barco potente com um motor potente, um garimpeiro pobre não consegue fazer abastecimento de comida”, disse Marina na segunda-feira (1º), acompanhada das ministras Sônia Guajajara (Ministério dos Povos Indígenas) e Nísia Trindade (Ministério da Saúde), do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, entre outros representantes do governo federal, que viajaram até Boa Vista (RR) depois do atentado.

Nas redes sociais, Marina Silva disse que entre 75% e 80% dos garimpeiros já foram retirados da TI Yanomami. Um sobrevoo foi feito sobre a comunidade Uxiu nesta segunda, onde o atentado foi registrado. Segundo a ministra, foi possível observar que vários garimpos foram desativados, “estão abandonados”. “Mas alguns, segundo dados do satélite e pelo que podemos observar, continuam ativos e precisarão ser desativados”, afirmou na coletiva. 

De acordo com a ministra Sônia Guajajara, a preocupação é que tudo aconteça da forma mais pacífica possível. “A gente não está de forma alguma incentivando esses conflitos. A gente quer amenizar essa situação, não queremos derramamento de sangue”.

Em nota, a Hutukura Associação Yanomami (HAY) e Texoli Associação Ninam do Estado de Roraima (Taner) disseram que o atentado que vitimou o agente de saúde aconteceu durante uma cerimônia fúnebre. Foi de um barco com seis garimpeiros que transitava no rio Mucajaí que teriam partido os disparos contra os yanomami. Segundo as organizações, as lideranças indígenas da comunidade Uxiu informaram que estão preparadas para atacar qualquer garimpeiro que se aproximar de comunidades nas margens do rio Mucajaí. 

“Isso significa que pode ocorrer a qualquer momento mais uma tragédia naquela região”, disse a nota publicada pela HAY e Taner.  

A ministra do Meio Ambiente afirmou que as ações contra o garimpo em território Yanomami serão intensificadas a partir de agora. “Vamos reforçar as equipes do Ibama, da PRF, da Polícia Federal, com o suporte das Forças Armadas, que é fundamental o suporte logístico. Toda a parte operacional para que a gente possa dar uma resposta à altura”, declarou. 

Segundo o presidente do Ibama, o serviço de inteligência da operação que atua na TI Yanomami têm encontrado fortes indícios de que alguns pontos de garimpo ainda ativos estão sendo mantidos com o apoio de organizações criminosas. 

No domingo (30), por exemplo, o Ibama e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também foram atacados a tiros por garimpeiros, em outra região da TI. As equipes dos órgãos fiscalizavam uma área de garimpo ilegal no território Yanomami, um dia depois do atentado que vitimou indígenas na comunidade Uxiu, quando foram atacados. Quatro garimpeiros morreram, segundo o MMA. 

“Uma das pessoas que veio a óbito […] tinha um envolvimento muito forte com uma das organizações criminosas”, apontou Agostinho. “Isso tudo vai ser apurado dentro do inquérito conduzido pela Polícia Federal”, acrescentou. Um desses garimpeiros, segundo o Ministério do Meio Ambiente, é foragido da Justiça no estado do Amapá. 

O presidente do órgão ambiental endossou que a orientação, neste momento, é de intensificar o trabalho até que acabe com a ilegalidade na área. “O Ibama não vai sair da terra yanomami tão cedo enquanto a gente não ver esgotado essa atividade ilegal naquela região”. 

Sônia Guajajara reafirmou que a ofensiva contra a ilegalidade dentro do território não irá recuar. “O importante é que se entenda que essa ação integrada vai ser fortalecida e a gente vai continuar até que cessem todos esses conflitos. Até que sejam retirados todos os garimpeiros de dentro do território Yanomami”. 

Marina defendeu que o governo federal tomou as providências para que o processo acontecesse de forma pacífica. “O que não está acontecendo de forma pacífica não é em função da ação do governo. É em função da ação dos criminosos”, denunciou ao enfatizar que as barreiras instaladas na TI apenas impedem a entrada, e não a saída de garimpeiros. 

“É feito um processo de identificação prévia. Os [garimpeiros] que não são considerados criminosos perigosos tem um encaminhamento e os que são têm que ter um encaminhamento para as devidas penas legais”, disse a ministra. 

“A abordagem do governo está sendo o tempo todo humanitário. Mas não vamos confundir agora que as vítimas, que são os os indígenas, estão criando problema para os garimpeiros. São os garimpeiros que criaram um problema social, ambiental e um problema de destruição de um povo, de uma etnia”, concluiu Marina Silva. 



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