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Ouriço-do-mar da espécie (Diadema antillarum) no Mar das Caraíbas. Foto: James St. John / Wiki Commons (licensa CC BY 2.0).
Foi em finais de janeiro de 2022 que começaram a surgir os primeiros alertas de grandes níveis de mortandade entre os ouriços-do-mar (Diadema antillarum) nas Ilhas Virgens Americanas, nas Caraíbas. Em junho desse ano, o fenómeno tinha-se espalhado por praticamente por toda a região.
O ouriço-do-mar desempenha um papel fundamental no equilíbrio ecológico marinho. Por ser um herbívoro de apetite voraz, ajuda a manter controladas as populações de algas, que, sem essa predação, podem proliferar exponencialmente e pôr em risco a sobrevivência dos corais, o seu principal concorrente.
Os cientistas lançaram-se prontamente numa demanda para descobrir a causa do grande número de ouriços-do-mar que apareciam mortos, tendo esse fenómeno resultado num declínio de entre 85% e 95% da população caribenha desses invertebrados. Depois de um aturado trabalho de investigação, o mistério foi desvendado.
Num artigo publicado ontem na ‘Science Advances’, uma equipa internacional de 40 especialistas de vários países descobriu que o culpado foi um parasita unicelular chamado Philaster apodigitiformis, membro dos ciliados, um grupo de protozoários que, como o nome indica, têm cílios, pequenas estruturas celulares tipicamente associadas à locomoção.
Os cientistas ainda não sabem como tratar infeções por P. apodigitiformis, mas estão confiantes de que saber a identidade do ‘culpado’ é já um passo significativo para ajudar a criar estratégias que ajudem a manter a saúde das populações de ouriços-do-mar.
Este não foi o primeiro evento de morte massiva que atingiu estes invertebrados nas Caraíbas. Nos anos 1980, uma vaga epidémica fez desaparecer quase 95% dos Diadema antillarum da região. Desde então, a população tem vindo a recuperar, mas ainda está a 12% da dimensão anterior a esse evento, que levou à proliferação das algas e à degradação dos recifes de coral caribenhos, e, segundo os investigadores, os sinais dessa deterioração são ainda hoje visíveis.
Apesar de nunca se ter chegado a uma conclusão sobre a causa desse forte declínio populacional, estes investigadores não põem de parte a hipótese de ter sido o P. apodigitiformis a provocar essa mortandade massiva. Para ter certezas, querem agora analisar espécimes de ouriços-do-mar preservados em museus para detetar a presença desse parasita.
Além disso, permanecem ainda em aberto questões sobre se as condições climáticas da altura terão tido alguma influência na disseminação do parasita na região do Mar das Caraíbas, uma vez que a sua propagação terá desacelerado significativamente no verão.
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