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Ata do Copom dá sinais de dificuldade de corte de juros no curto prazo, avaliam especialistas

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O tom duro da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta terça-feira (28) pelo Banco Central (BC), tem sido entendido por especialistas como um sinal de que a taxa de juros do país — em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado — não deve recuar tão cedo.

No relatório, a autoridade monetária enfatizou que as expectativas para a inflação seguem desancoradas, o que prejudica a política monetária e retarda um afrouxamento na taxa Selic, cujo patamar vem sendo criticado pelo governo federal e por agentes do mercado.

“A desancoragem das expectativas é fator primordial na avaliação das próximas decisões do Copom, não só pelas de curto prazo, como as de médio e longo prazo, que podem enraizar uma inflação mais alta na economia”, diz Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

“Neste momento, esse é o fator que mais preocupa o Copom e que será o vetor primordial de atuação da política monetária.”

Segundo o Boletim Focus mais recente, divulgado na última segunda-feira (27), a previsão de especialistas do mercado financeiro é que a taxa inflacionária termine 2023 em 5,93%, e, em 2024, em 4,13%. O BC trabalha com metas de 3,25% e 3%, respectivamente, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

Na análise de Caio Megale, economista-chefe da XP Investimentos, a ata destacou que o processo de desinflação leva tempo e demanda acomodação da economia. “Com ‘serenidade’ e ‘paciência’, além de alguma ajuda de políticas fiscais e parafiscais, o BC acredita que a convergência da inflação para a trajetória de metas pode ser alcançada”, afirmou.

“Porém, se as expectativas de inflação não estiverem bem comportadas, o processo tende a ser mais difícil e penoso.”

O BC chegou a dizer, no relatório, que a “credibilidade das metas perseguidas é um ingrediente fundamental do regime de metas de inflação e contribui para o bom funcionamento do canal de expectativas, tornando a desinflação mais veloz e menos custosa”. Isso, na leitura da XP, trata-se de uma referência implícita ao debate de alteração nas metas atuais.

Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, avalia que uma revisão de metas poderia ser positiva para a correção da trajetória da inflação — se somada a uma nova regra fiscal “crível”, um dos pontos de destaque no relatório do BC sobre a última reunião de política monetária.

“A ata não faz ligação direta entre a aprovação do novo marco fiscal e a queda da Selic, mas, indiretamente, sim, caso as expectativas de inflação sejam positivamente impactadas”, diz Vitoria.

Por isso, ela entende que, caso haja a “aprovação de um arcabouço fiscal com medidas que de fato reflitam em menor risco de inflação futura” e um arrefecimento na inflação de demanda, como visto no IPCA-15 de março, é possível que o Copom “reavalie os próximos passos e considere o início do corte de juros” em junho, cenário-base do Inter. Este, porém, parece cada vez mais “improvável e dependente da evolução dos indicadores até lá”, afirma ela.

A Nova Futura Investimentos estima que o corte de juros aconteça na reunião de novembro deste ano. A XP, por outro lado, projeta que a Selic permanecerá no atual patamar de 13,75% até o final do ano — a não ser que a economia continue demonstrando sinais de desaceleração e a inflação se torne mais ancorada, em resposta às ações monetárias e fiscais.

“Nesse caso, vemos espaço para uma flexibilização gradual mais cedo, no segundo semestre deste ano.”

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