Juventude e meio ambiente: 36% dos jovens brasileiros não sabem em que bioma vivem

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Apesar do protagonismo juvenil em questões ambientais ter se fortalecido nos últimos anos no Brasil – alô Txai Surui, Amanda Costa, Engajamundo e Fridays for Future – é preciso ainda investir em educação sobre o tema para que essa grande parcela da sociedade possa se apropriar da questão. Isso é o que mostra a pesquisa “Juventudes, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas”, divulgada nesta terça- feira (4).

O levantamento, conhecido pelo acrônimo “JUMA”, ouviu 5.150 pessoas com idades entre 15 e 29 anos, provenientes de todas as classes sociais e níveis de escolaridade nas várias regiões do Brasil, entre julho e novembro de 2022. O trabalho é uma realização das redes Em Movimento e Conhecimento Social, em parceria com as organizações Engajamundo, Instituto Ayíka e GT de Juventudes do movimento Uma Concertação pela Amazônia

Os resultados, considerados “curiosos e surpreendentes” pelos realizadores da pesquisa, revelam muito do que a juventude brasileira sabe e como ela é afetada pelas mensagens que recebem sobre meio ambiente e mudanças climáticas.

Segundo o levantamento, 36% dos jovens respondentes não souberam identificar o bioma em que vivem. Esse desconhecimento foi maior entre a juventude do Sul e Sudeste do Brasil, onde a Mata Atlântica é predominante. 

Tal resultado não é reflexo de baixa escolaridade, mostra o estudo. Os jovens participantes do levantamento possuíam, em grande parte, alto nível de escolaridade: 4 a cada 10 já havia cursado ensino superior ou pós-graduação. Cerca de 30% dos entrevistados ainda estavam estudando.

“Mesmo entre aqueles que indicaram o bioma da região em que moram, percebe-se algumas confusões: pessoas do Sudeste e Sul acharem que moram na Amazônia ou Caatinga, ou jovens do Nordeste que acreditam viver no Pampa”, diz trecho da pesquisa.

O trabalho mostrou ainda que, apesar do tema meio ambiente estar entre os três assuntos que mais interessam pessoalmente à juventude – o primeiro é “qualidade na educação” e o segundo é “direitos das mulheres” – menos de 30% dos jovens dizem conversar com frequência sobre a temática ambiental.

Quando perguntados sobre que importância que dão ao tema considerando o cenário nacional, o meio ambiente ficou em 6º lugar como mais relevante. Jovens acreditam que educação, combate à corrupção, segurança, economia, trabalho e renda estão na frente da temática ambiental, na escala de prioridades.

De modo geral, 90% dos jovens disseram se preocupar “totalmente” (50%)  ou “mais ou menos”(40%) com o meio ambiente. Quando separados por biomas, os jovens da Amazônia foram os que menos (!) se mostraram preocupados com a temática, o equivalente a 88% dos entrevistados na região. No Pampa, 95% se disseram preocupados; na Mata Atlântica, 93%; no Cerrado, 92%; na Caatinga, 91%; e no Pantanal, 89%.

“A gente que nasce no Norte do Brasil, tem uma grande dificuldade de identificação, resquícios direto do processo de colonização, que está em curso até hoje, nunca acabou, por vezes sentimentos vergonha de assumir nossa identidade”, diz a jovem amazônida Thalita Silva, de 25 anos.

Apesar da importância atribuída ao assunto, há muitos limites de conhecimento sobre a temática ambiental e climática, diz o trabalho. “Aquecimento global” e “mudanças climáticas” são termos conhecidos por mais de 70% dos entrevistados. Já termos como “emissões de carbono”, “crise climática”, “racismo ambiental” e “justiça climática” são conhecidos por menos de 50% deles.

“Ainda que tenhamos catástrofes ambientais cada vez mais extremas no Brasil, como enchentes e secas, o derretimento das geleiras foi o evento climático mais citado. Esse ponto nos faz refletir sobre a necessidade de continuarmos construindo uma visão de mudança climática a partir do que é isso na América Latina e no Brasil”, explica Mathaus Torres, porta-voz do projeto, ativista ambiental e Secretário Executivo da aliança  Em Movimento.

Segundo Torres, os dados coletados podem ajudar tanto na construção de uma comunicação mais orientada como para ser ferramenta de contextualização, mobilização e de construção de políticas públicas. “Fica ainda mais claro a necessidade de implementarmos no Brasil políticas climáticas de maneira mais rápida, inovadora e ambiciosa”, diz.  

Outros dados do relatório mostram que  80% dos jovens concordam que reservas ambientais ajudam a diminuir os efeitos das mudanças climáticas, 61% prioriza o investimento em fontes de energia limpa e renovável, 37% defende a ampliação de preservação ambiental e 37% prioriza o investimento em ciência, pesquisa e tecnologias.



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